quarta-feira, 5 de março de 2008

COMO É ISSO? SERÁ QUE O PR. MOREIRA ESTÁ CERTO?



Resposta ao Pr. Moreira sobre a Criação do Universo.



Porque as pessoas usam a Bíblia para fazer seu terrorismo? Porque elas usam conforme a sua vontade? Porque elas deturpam e lêem conforme seu propósito pessoal? Porque elas lêem a letra e esquece que a Bíblia é espiritual? Talvez seja essa vontade de humanizar Deus, ou mesmo de ter poder sobre as mentes dos pobres fiéis, ou é burrice mesmo, quem sabe?

O Pastor Moreira deu uma aula de como não interpretar a Bíblia. Acho que no seu curso de Teologia não teve a matéria Hermenêutica. Interpretar a Bíblia é muito mais que lê o que está escrito e achar que é assim. Há todo um método envolvendo o estudo Bíblico, temos que olhar o contexto Bíblico, o contexto histórico, o contexto cultural, os significados das palavras no original, etc.

O pastor ao relatar suas idéias foge de regras essenciais para a interpretação bíblica.

Vamos há alguns exemplos do pastor:

“A idade do universo, da terra e dos terráqueos
A IDADE REAL DO UNIVERSO, DA TERRA E DO HOMEM

* O Universo, a Terra e o Homem foram criados na mesma semana – Gn 1.1-31; 2.1-4.
* Desde o início o dia tinha 24 horas – Gn 1. 5, 8, 13, 19, 23, 31; 2. 1-2.
* Desde o início o ano tinha 12 meses – Gn 1.14; 8. 22 – (as 4 estações).


Primeiramente gostaria de observar que a Bíblia não é fonte de conhecimento cientifico. Ela não data em nenhum momento quando foi à criação.

Então vamos: Gênesis

Ele diz que o Universo, a Terra e o Homem foram criados na mesma semana. Quando lemos “A terra era sem forma e vazia” também podemos ler “A terra tornou-se sem forma e vazia” (O verbo hebraico traduzido por “era”, nesse versículo, também pode ser traduzido por “tornou-se”), dando a entender que a Terra por outrora era no mínimo habitável. Vemos uma inquietante indagação, era ou tornou-se? Do versículo 1 ao 2 não é possível que tenha se passado alguns anos, centenas, milhares ou milhões, pois nada indica que foi em seqüência o “Princípio” ao “haver Luz”.
Além do mais temos provas cientificas que nos mostram a terra habitável a milhões de anos. Antes de nós já havia moradores na terra, ou será como diz o Pastor Moreira: é mentira do diabo.

A palavra dia pode ser e bem interpretada por vários anos. A palavra hebraica yôm, «dia», é às vezes usada para se referir não a um dia de vinte e quatro horas, mas a um período mais extenso. Vemos isso quando a palavra é usada, por exemplo, em Gênesis 2.4, “No dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus” (ias), oração que se refere a toda a obra dos seis dias de criação. Entre outros exemplos em que a palavra dia significa um período indeterminado de tempo encontram-se: Jó 20.28 (“no dia da ira de Deus»); Salmos 20.1 (“O SENHOR te responda no dia da tribulação»); Provérbios 11.4 (“As riquezas de nada aproveitam no dia da ira»); 21.31 (“O cavalo prepara-se para o dia da batalha»); 24.10 (“Se te mostras fraco no dia da angústia, a tua força é pequena»); 25.13 (“no tempo [yclnu] da ceifa»); Eclesiastes 7.14 (“No dia da prosperidade, goza do bem; mas, no dia da adversidade, considera em que Deus fez tanto este como aquele»); muitas passagens que se referem ao “Dia do SENHOR” (como Is 2.12; 13.6, 9;Jl 1.15; 2.1; Sf 1.14); e muitas outras passagens do Antigo Testamento que profetizam tempos de juízo e bênçãos. Uma concordância mostra que esse é um sentido freqüente da palavra dia no Antigo Testamento.
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Outro argumento a favor de que esses «dias» representam um período longo é o fato de o sexto dia incluir tantos eventos que só poderia mesmo ter mais de vinte e quatro horas. O sexto dia da criação (Gn L24-31) contém a criação dos animais e do homem e da mulher (“homem e mulher os criou”, Gn 1.27). Foi também no sexto dia que Deus abençoou Adão e Eva., dizendo-lhes: “Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal que rasteja pela terra” (Gn 1.28). Mas lemos significa que o sexto dia incluí a criação de Adão, a introdução de Adão no Jardim do Éden para cultivá-lo e guardá-lo e as orien¬tações divinas sobre a arvore do conhecimento do bem e do mal (Gn 2.15-17), a apre¬sentação dos animais ao homem, para que ele lhes atribuísse nome (Gn 2.18-20), o fato de não se achar uma auxiliadora adequada a Adão (Gn 2.20) e o pesado sono que Deus impôs a Adão para criar Eva a partir da costela dele (Gn 2.21-25), A natureza finita do homem e o número incrivelmente grande de animais criados por Deus exigiriam, por si sós, um período muito mais longo do que apenas parte de um Único dia para a ocorrência de tantos acontecimentos — pelo menos essa seria uma compreensão «comum» da passagem para os primeiros leitores, consideração que não deixa de ter importância num debate que muitas vezes enfatiza aquilo que uma leitura comum do texto pelos primeiros leitores os levaria a concluir. Se puder ser demonstrado pelas considerações contextuais que o sexto dia foi consideravelmente mais longo do que um dia comum de vinte e quatro horas, então será que o próprio contexto não favorece a acepção de um “período de tempo” de duração indeterminada para a palavra dia?

Ligada a essa consideração está mais uma, é importante notar que o sétimo dia não conclui com a frase «houve tarde e manhã, o sétimo dia». O texto diz apenas que Deus ‘descansou nesse dia [o sétimo] de toda a sua obra que tinha feito» e que “abençoou Deus o dia sétimo e o santificou» (Gn 2.2-3). Isso subentende a possibilidade, talvez a implicação, de que o sétimo dia ainda esteja em curso.Jamais terminou, mas é também um “dia” que, na verdade, equivale a um longo período de tempo (cf.Jo 5.17; Hb 4.4, 9-10).

Periodo de Formação da Terra

Como o pastor Moreira refere em Gn 1. 5, 8, 13, 19. O sol e a lua só foram criados no dito quarto dia, então como poderia haver tarde e manhã nos outros dias, podemos considerar que é uma simples figura que o autor de Gênesis usou para poder explicar a passagem de tempo para os seus leitores.

Além do mais, a ciência demonstrou cabalmente que a terra e o Universo existem a bilhões de anos. Dando uma boa base para a interpretação da palavra dia como extensão de tempo indeterminado.

Não podemos ficar a mercê de homens que não prezam pelo conhecimento, que se baseiam numa livre e isolada interpretação. A ciência não é inimiga da fé, pelo contrário nos ajuda a interpretar melhor a Bíblia e nos fortalece em fé. A ignorância é o mal que nos assola, peço a Deus que se levantem homens de conhecimento em nosso meio.

Um comentário:

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